[Ubuntu-BR] Avaliando o Lotus Symphony

francisco mendes caruso personal_coroa em hotmail.com
Domingo Dezembro 21 21:38:57 UTC 2008


A planiha dele aimnda e o lotus 123 ? 

 
QUICO CARUSO
o seu personal_coroa



> From: jggouvea em gmail.com
> To: ubuntu-br em lists.ubuntu.com
> Date: Sun, 21 Dec 2008 19:29:58 -0200
> Subject: [Ubuntu-BR] Avaliando o Lotus Symphony
> 
> Bem, pessoal, estou compartilhando com vocês minha experiência de dois
> dias como utilizador do IBM Lotus Symphony, um conjunto de aplicativos
> de escritório desenvolvido pela Big Blue a partir do OpenOffice.org
> 1.1.5 que tem sido propalado como "a" tentativa da IBM de voltar ao
> mercado de software para computadores pessoais.
> 
> Em primeiro lugar, cabe ressaltar que o Lotus Symphony não é "free
> software", mas software proprietário, de código fechadíssimo e sujeito a
> uma licença de uso muitíssimo restrita. Só que ele agora é freeware e
> vem empacotado para o Ubuntu Hardy Heron 8.04 LTS -- razão pela qual me
> animei a testá-lo, já que praticamente ninguém o fez para contar a
> história.
> 
> O tamanho do download assusta. Os arquivos básicos têm 175 MB e a
> localização em português do Brasil, que inclui alguns templates, os
> arquivos de ajuda e a tradução da interface, são outros 100 MB!!!!
> 
> Terminado o download, a instalação pode ser feita via gdebi-gtk, o que é
> um conforto. Todas as dependências estavam satisfeitas no meu sistema e
> eu desconfio que isto é porque a IBM empacotou tudo que precisava,
> recorrendo a muito poucas bibliotecas  compartilhadas (daí o tamanho do
> download). Durante a instalação eu percebi que o Lotus Symphony,
> aparentemente, é  todo escrito em Java utilizando o ambiente de
> desenvolvimento Eclipse. Para um programa tão grande e complexo escrito
> em Java ele roda muito rápido (mas isso não quer dizer que ele rode
> rápido, me entendam). Dentro da pasta /opt/ibm/lotus/symphony/framework
> tudo que você vê é uma árvore de diretórios do eclipse cheia de JARs e
> outros arquivos variados. Aparentemente, o Symphony inclui seu próprio
> ambiente java e uma distribuição do Jakarta.
> 
> O que vem no pacote? Muito pouco para um programa que pretende
> revolucionar o mundo do software e trazer de volta do mundo dos mortos a
> Big Blue. Um editor de textos de interface agradável, algo semelhante à
> do MS Office 2007, um editor de apresentações de interface sensivelmente
> mais simples que o OO Impress ou o Power Point e uma planilha, que quase
> não cheguei a usar. Junto com ele não vem nenhum modelo de documento e
> apenas as fontes TrueType Monotype Sans WT, Monotype Sans WT Duospace e
> Thorndale Duospace WT. A última é bastante interessante, pois embora
> seja monoespaçada, ela tem uma elegância que a torna bem leve para ler.
> Gostaria de usá-la em algum livro.
> 
> 
> Por padrão (algo que eu positivamente não gostei) o Symphony seqüestrou
> para si a associação dos arquivos .sx* e .od*.
> 
> A interface do Lotus Symphony é bastante confusa para mim, que nunca
> usei MS Office. Acreditem, pessoas, meu primeiro aplicativo de
> escritório foi o StarOffice e depois migrei para o OpenOffice 1.0 e
> nunca mais usei coisa alguma, nem mesmo consegui usar Abiword+Gnumeric e
> nem KOffice -- embora tenha tentado. Pelo que percebi, no entanto, ela
> não é exatamente "semelhante à do MS Office 2007", o que pode significar
> que ela será difícil para quem vem do ambiente Windows + Office também.
> 
> Vamos agora a uma lista objetiva e resumida de prós (>) e contras (<):
> 
> > O Symphony usa uma interface MDI do tipo com abas, o que é muito legal
> se você está trabalhando com vários textos simultaneamente. +1000 pontos
> por isso.
> > integra o gtk-mozembed na mesma janela do aplicativo, permitindo que
> você copie e cole de uma página da Web ou que passe a editá-la. +300
> pontos por isso.
> > Pela mesma razão fica mais fácil você trabalhar em um documetno
> enquanto navega na Web. Esta feature é muito legal para mim
> especificamente. + 200 pontos
> < infelizmente ele não permite salvar de volta a página através da rede.
> -100 pontos.
> < o programa travou comigo várias vezes, mesmo sendo uma versão chamada
> de "estável" (1.2). Em nenhuma das vezes ele salvou os arquivos, como o
> OpenOffice faz. -1200 pontos.
> < A renderização de fontes é um problema sério para um programa
> proprietário e tão cheio de segredos. A qualidade das fontes é sofrível,
> mesmo em comparação com o OpenOffice3 que implantou hinting nativo e
> desabilitou anti-aliasing (duas mudanças que detestei porque fazem o
> texto ficar ilegível, como no Windows). Além de fontes ligeiramente
> borradas, o Symphony ainda deforma os caracteres das fontes em negrito,
> como se ele quisesse forçar as letras em negrito (que são mais "gordas")
> dentro da mesma caixa que as letras normais. É virtualmente inviável
> usar fontes em negrito no Symphony. -500 pontos.
> > Porém a simulação de itálico funciona tão bem que você quase não
> percebe que fontes bem desenhadas, como Monotype Sans ou Tahoma, na
> verdade não têm itálico... +100 pontos
> < O Symphony é significativamente mais lento que o OpenOffice3. Não o
> suficiente para inviabilizar o seu uso por mim, mas indicativo de que
> algo não vai bem com o código, que se torna mais instável à medida em
> que você o usa. -200 pontos.
> < Da primeira vez que você usa o programa ele demora quase três minutos
> se configurando antes de iniciar e você não tem nenhum feedback. -150
> pontos.
> < É preciso registrar-se e concordar com uma licença absurda para fazer
> o Download. -100 pontos
> < Não é possível personalizar as cores da interface (um azul desmaiado),
> o que causa incompatibilidade com seu tema de desktop. -100 pontos
> > O Symphony possui uma Wiki e um repositório de plug-ins no site da
> IBM, o acesso ambos é liberado para todos que usam o programa. + 200
> pontos.
> < Mas até o momento a quantidade de artigos  e de plug-ins é
> insignificante. -150 pontos.
> < A licença das duas fontes que ele instala não é clara -- de modo que
> você não sabe se pode usá-las em outro programa ou mesmo se pode
> incorporá-las em um PDF.
> 
> 
> Meu veredito: a menos que você realmente odeie o OpenOffice, não há
> nenhuma razão objetivamente significativa para trocá-lo pelo Symphony.
> Ele é, definitivamente, um produto para os ambientes corporativos da IBM
> e provavelmente nunca vingará.
> 
> 
> 
> 
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