[Ubuntu-BR] Linux como estação de trabalho

[José Geraldo Gouvêa]

Geilson Melo escreveu:
> Leiam esse artigo um tanto quanto longo sobre linux como workstation.
> Na minha opinião o Linux está pronto para qualquer ambiente e com larga 
> vantagem contra o principal concorrente. Acho que faltou um pouco de boa 
> vontade da autora do texto.
>
> http://idgnow.uol.com.br/computacao_corporativa/2007/04/25/idgnoticia.2007-04-25.5308643392
>
> Geilson
>   
Não vou nem ler o artigo, mas ja vou dizer o que penso.

"Falem mal, mas falem de mim".

O simples fato de o Linux estar aparecendo na mídia especializada é um
bom sinal. Há cinco anos não se falava em Linux. Que as pessoas estejam
tentando usá-lo e não estejam conseguindo, isso significa apenas que
essas pessoas não têm boa-vontade ou não têm inteligência suficiente
(acredito que o Linux é para seres humanos, mas não para bestas
quadradas, é preciso um nível mínimo de QI para conseguir usá-lo).

Enquanto o Linux aparece na mídia, mesmo que seja sendo criticado, ele
está sendo divulgado. Acredite em mim, as pessoas não aceitam
passivamente o que lêem. Conheço pessoas que assinam a Veja, por
exemplo, mas são extremamente críticas do que lêem. Certas revistas,
como a Info, a Veja e a Isto É são muito lidas, mas não são unanimidade
nem entre seus leitores. A quantidade de cartas reclamando do que a
revista escreve, corrigindo informações erradas ou simplesmente
"chutando o balde" é uma gota num oceano de pessoas que não aceitam
passivamente mas não têm a pachorra de escrever reclamando.

Portanto, quando lêem uma crítica ao Linux as pessoas não aceitam de
cara: "isso é uma porcaria, eu nunca vou usar". Elas lêem: "existe
isso". Se algum dia elas quiserem mudar do Windows, vão se lembrar: "o
linux estava uma bosta naquela época, mas será que agora já melhorou?" E
aí elas não vão voltar no mesmo site para perguntar, elas vão na fonte:
a ferramenta de busca (Google, yahoo, etc.) e vão trombar com os sites
mais populares sobre Linux.

Alem disso, uma boa parte das pessoas que lêem essas revistas são
"público cativo" do Windows. Escrever para essas revistas com
radicalismo "xiita" de usuário Linux não vai demovê-las, só vai fazer
com que elas fiquem achando que a comunidade de usuários de Linux é
formada por pessoas que agem de modo impulsivo, pouco razoável e que,
talvez, têm sérios problemas de auto-estima. Acreditem em mim pois eu
conheço muita gente do setor: pessoas que ganham dinheiro com
informática costumam gostar muito do Windows. Para o mecânico, o melhor
carro é o que vive dando defeito.

Então vamos relaxar, comemorar e dizer: "o Linux apareceu mais uma vez
na midia". E vamos continuar fazendo nosso trabalho de documentar,
desenvolver e aprimorar. Para que no dia que os leitores dessa revista
resolvam buscar informações eles encontrem, seguras, confiáveis, fáceis
de entender. E para que tenham um sistema melhor para instalar.

Quanto as pessoas que criticam? Henry Ford usou todo seu poder de
persuasão para tentar convencer o mundo que não havia nenhuma razão para
que os carros fossem de outra cor que não pretos. Mesmo controlando a
mídia e tendo toda sua influência ele não conseguiu evitar que as
pessoas quissessem ter carros de cores e modelos diferentes. Portanto,
por mais que a Microsoft e seus fãs tentem, eles não vão nunca fazer com
que as pessoas amem o Windows de paixão e naõ queiram nada diferente. Um
dia a ficha cai.

Claro que minha análise é incompleta e cheia de furos. É só um lado.
Meus dois centavos. Sejam gentis ao demolirem meus argumentos.... ;-)


José Geraldo