[Ubuntu-BR] Ponderando a criação de uma conta de usuário

luciano de souza luchyanus em gmail.com
Segunda Fevereiro 21 16:42:33 UTC 2011


Mas note que, mesmo programas em GTK2, podem ser inacessíveis sob dado
ponto de vista. A infraestrutura de acessibilidade utilizada pelo Orca
ainda necessita de aprimoramentos. Um dos problemas mais famosos do
orca é o das grandes listas. O Nautilus é acessível, mas se eu tentar
navegar no diretório /usr/bin, com o meu processador i5, um trio de
3,26 GHZ e 4 de RAM, certamente será melhor fazê-lo por meio da linha
de comando. É inacessível? Não. O problema é que há uma gravíssima
degradação de desempenho quando se depara com listas muito grandes.
Quando me movo para selecionar o próximo item, o tempo que ele demora
para processá-lo é tão extraordinariamente grande que o uso é
praticamente impossível. Então, o Nautilus é inteiramente acessível,
mas em diretórios com volume exagerado de arquivos, o desempenho é tão
ruim que, embora acessível, é contraproducente. Este também é o caso
do leitor de RSS, Liferea. Há uma grande lista que, mesmo sendo a
interface acessível, ainda assim não pode ser utilizado.
Do mesmo modo, em Administração, temos a opção Conexões de Rede.
Também é feita em GTK. consigo navegar entre botões e caixas de texto.
Não há grandes listas que degradem o desempenho, mas ainda assim,
sinto alguma dificuldade em revisar as configurações que lá estão
dispostas.
Enfim, há problemas e há um bocadinho de trabalho a ser feito. Mas já
é um sistema bastante bom e não apenas para usos mais  limitados.
Estou muito satisfeito com o meu Linux. Considerava a Microsoft
empresa preocupada com acessibilidade. Então, chegou o Office 2007 e o
Windows 7. Ao invés dos menus tradicionais, utiliza um sistema de abas
terrível. Tudo é acessível, não há dúvidas, mas o tempo de busca pelos
controles que se quer, bem, o tempo aumentou muito muito. Visualmente,
pode ser espetacular, magnífico... não sei... mas para quem utiliza
leitor de telas, é medonho. O menu iniciar do Windows 7 também ficou
confuso. A interface do Gnome e o sistema de abas tradicional
utilizado nos  programas com que me deparei são, além de acessíveis,
muito confortáveis.
Em suma, se não for GTK, não é acessível, se for, há grande
possibilidade de que o seja. O meu primeiro leitor de telas foi em
1995. São 16 anos contornando questões de acessibilidade. Então, digo
que o Linux caminha muito bem.
Bom mesmo é conhecer os caminhos disponíveis sejam eles por meio da
interface gráfica ou da linha de comandos. Depois de conhecidos,
escolhe-se o melhor.


Em 21/02/11, xisberto<xisberto em gmail.com> escreveu:
> Leandro, realmente é importante lembramos quando colegas da lista usam
> leitores de tela. Eu lembrava que o Luciano usa, mas tinha consciência de
> que o uso da interface gráfica no caso seria mais fácil do que pela linha de
> comando.
>
> Em 20 de fevereiro de 2011 19:33, Luciano de Souza
> <luchyanus em gmail.com>escreveu:
>
>>
>> Fazer tarefas por meio da linha de comando é, por vezes,  desnecessário,
>> mas como nem sempre consigo avaliá-lo, acabo por optar pela linha de
>> comando
>> por saber que é um caminho certo e que não terei de formular a pergunta
>> novamente. Mas testei o presente caso. A criação de usuários pela
>> interface
>> gráfica é mais simples do que pela linha de comando.
>>
>>
> É uma coisa somada. O orca trabalha com a acessibilidade dos programas que
> usam a biblioteca GTK (como o Luciano explicou no e-mail dele). Todas as
> interfaces de configuração do Ubuntu são em GTK, pois fazem parte do GNOME.
> Logo eu já sabia que o orca as leria corretamente. Adicionalmente, criar um
> usuário pela linha de comando envolve muitos detalhes, que a interface
> gráfica já automatiza. Isso para definição dos grupos, principalmente.
>
> A interface gráfica oferece três "perfis" de usuários, isso nada mais é do
> que 3 conjuntos diferentes de grupos a que esses usuários vão pertencer. Dá
> pra fazer o mesmo pela linha de comando, mas isso tornaria a operação mais
> complexa, talvez demasiadamente complexa.
>
>
>> O Orca já faz muita coisa. Basta dizer que são acessíveis: Gedit, Writer,
>> Calc, Firefox, Nautilus, Thunderbird, Rythmbox, Audacious, Audacity,
>> Planer,
>> Tomboy, Zim, CHMSee, GNU Cash, Gnome Baker, Pidgin, Ekiga, Gwget,
>> SoundConverter, Eclipse, etc. Já não é uma lista tão pequena. Ser
>> acessível
>> não quer dizer que dá para fazer tudo, mas que todos eles são utilizáveis
>> com maior ou menor conforto.
>>
>>
> Você listou aplicativos que usam a biblioteca GTK. É simplesmente isso, o
> orca lê os controles da GTK. Se você fizer um programinha em python que usa
> GTK, e seguir certos parâmetros, ele já será lido pelo orca. De forma
> semelhante ao que você citou do Window Forms.
>
>
>> No Linux, há uma convivência entre muitas interfaces gráficas. Leitores de
>> telas terão de interagir de modo diferente com cada uma delas. Para mim,
>> esta é uma desvantagem. Mas é claro que há também vantagens. O fato de o
>> código fonte das aplicações ser aberto, provavelmente facilita ao
>> desenvolvedor do leitor de telas entender como funciona o aplicativo com o
>> qual o leitor de telas tem de interagir. Além disso, no Windows, há a
>> obsolescência programada. Quantas foram as vezes em que me considerei
>> feliz
>> em ter encontrado um programa e, ao atualizar o Windows, ele deixou de ser
>> compatível? Não creio que o Linux está inteiramente preservado deste
>> problema, mas sem dúvida, o efeito é muito menor. Então, se um novo
>> aplicativo torna-se acessível, creio que se soma aos aplicativos
>> acessíveis
>> que já existem. Embora a oferta de programas acessíveis seja menor, penso
>> que o fato de a obsolescência fazer menos vítimas, no médio a longo prazo,
>> tornará o Linux o melhor sistema para usuários de leitor de telas.
>>
>
> Acho que no mundo livre existe a obsolescência planejada (estou inventando o
> termo agora). Algo se torna obsoleto quando precisa se tornar obsoleto,
> quando não faz mais sentido manter o suporte (mouse usando porta serial, por
> exemplo) e não quando deixa de ser lucrativo para alguma empresa (que é o
> caso da obsolescência programada). É mais uma questão de acompanhar a
> evolução do mercado versus ditar unilateralmente uma mudança de rumos.
>
> Mesmo assim, sempre haverá quem use a tecnologia obsoleta, e quem a
> mantenha, mesmo que apenas um número reduzido de pessoas.
>
> --
> Humberto Fraga
> http://lixaonerd.wordpress.com
> http://ostelematicos.blogspot.com
>
> "Sur la tuta tero estis unu lingvo kaj unu parlomaniero." - Gn 11,1
> --
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-- 
Luciano de Souza




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