[Ubuntu-BR] [Quase OFF] Já somos mais de 1% ?
Andre Cavalcante
andre.d.cavalcante em gmail.com
Segunda Maio 11 16:15:10 UTC 2009
ooops, ajeitando as contas...
2009/5/11 Andre Cavalcante <andre.d.cavalcante em gmail.com>
> Eu fiz algumas considerações em meu blog sobre o assunto. Reporto aqui para
> discussão do grupo. Criei outra thread porque a outra parece que perdeu o
> foco e mesmo porque acho que realmente é outro assunto... Como é bastante
> extenso, coloquei como quase OFF, apesar do assunto ser sobre Linux, porque
> quem não quiser receber ou ler, basta encaminhar para a lixeira ou fazer um
> filtro no cliente de e-mail. É isso e boa leitura.
>
> Já somos mais de 1% ?<http://sobreoss.blogspot.com/2009/05/ja-somos-mais-de-1.html> Desde
> o dia 04 de maio, na lista de usuários Ubuntu-BR (digamos a lista "oficial",
> se é que existe algo oficial no mundo OSS - e isso é mais uma postagem, com
> certeza), estamos discutindo uma matéria que saiu na Info:
>
> (
> http://info.abril.uol.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/linux-bate-1-de-mercado-pela-primeira-vez-02052009-2.shl
> )
>
> sobre uma pesquisa da Net Applications (notícia offical em:
> http://marketshare.hitslink.com/operating-system-market-share.aspx?qprid=8&sample=35
> )
>
> que dá conta que o Linux atingiu a marca de 1,02% de market share total,
> isto é, inclui aí tudo: servidores, desktops, dispositivos móveis etc.
>
> Vamos a metodologia aplicacada; de seu site:
>
> We use a unique methodology for collecting this data. We collect data from
> the browsers of site visitors to our exclusive on-demand network of live
> stats customers. The data is compiled from approximately 160 million
> visitors per month. The information published is an aggregate of the data
> from this network of hosted website statistics. The site unique visitor and
> referral information is summarized on a monthly, weekly, daily and hourly
> basis.
>
>
>
> Então: eles coletam dados de acesso à Web através de uma rede de clientes e
> parceiros. Nestes clientes eles coletam coisas do tipo qual é o navegador
> que o cara tá usando, qual é o sistema operacional e dados relativos à
> geografia (para distribuição espacial das estatísticas, o que acaba sendo um
> serviço pago se você quiser tais informações). Colocam tudo isso em um
> modelo estatístico (o tal "agregate of data") e voi-lá, taí o gráfico.
>
> É uma boa metodologia. Talvez a mais acurada, de fato, por ser quase
> impossível se levantar, com um custo razoável, os dados "verdadeiros".
>
> Se não vejamos: há um grupo de computadores (desktop) que saem de fábrica
> com Linux, isso notadamente no terceiro mundo. Boa parte destes computadores
> não acessam a Internet, seja por custo, seja por falta mesmo de
> infra-estrutura para isso. Olhemos o Brasil: mesmo com a capilaridade da
> rede de telecomunicações, boa parte das pessoas estão longe da Internet e,
> um bom número, tem computador em casa. Apenas se o percentual destas for o
> mesmo dos que tem acesso a Internet, o número final não modificaria. Agora,
> como sabemos que o público de mais baixa renda é justamente o maior
> consumidor de Linux, é de esperar então que o market share seja um
> pouquinho maior.
>
> Há igualmente o problema dos mobile. Nem todos os que possuem a tecnologia
> acessam a Internet através deles, principalmente por causa do custo. Eu
> tenho um Sony Ericson que permite acesso a Internet mas raramente o uso para
> este fim, pois os custos são altos, prefiro usar o meu PC, que no caso tem
> Linux Ubuntu. O mesmo deve acontecer com usuários normais do Windows.
> Digamos que o percentual seja o mesmo, significa então que uma proporção
> equivalente de máquinas que deve ter Linux ou outros SOs para mobile
> simplesmente aparecem na estatística como usuários Windows, mas poderiam
> aparecer também como usuários Linux ou outros.
>
> Por último há a questão da rede de parceiros. Por mais vasta que seja, há
> sempre um percentual residual (que existe fora da rede pesquisada, como no
> caso das eleições, por exemplo) que acaba distorcendo os dados, para mais ou
> para menos. No caso do Linux, deve sempre significar para mais, por que os
> fatores prejudicam bem mais os detendores dos maiores percentuais que dos
> menores (2% sobre 80% significa bem mais do que os mesmos 2% sobre o 1%,
> chegando até mesmo a quase dobrar este valor percentual considerando o
> total).
>
> Por exemplo, digamos que o mercado seja de 10 milhões de máquinas; 80%,
> significam 8 milhões e 1% significa 100 mil, então se a estatística estiver
> errada em 1% para menos no Windows, já são 800 mil máquinas a mais para os
> demais. Mesmo que distribuíssemos ponderadamente de acordo com os
> percentuais dos demais, são quase 100 mil para o Linux. Só aqui chegaríamos
> a 2%, fora as outras considerações.
>
> Mas como citei acima, é quase inviável fazer esse levantamento de outro
> jeito. Mas temos que ter em mente que o percentual do Linux já deve ser bem
> maior. Dependendo de como se estime os senões aqui levantados, podemos mesmo
> pensar que estamos com mais de 2%.
>
> Alguns podem dizer que o que estou fazendo é forçar a barra na estatística.
> É verdade! Mas foi exatamente o que o Ibope fez quando da 1a eleição do
> Lula, quando em vários estados, na eleição estadual, incluindo São Paulo,
> por exemplo, errou feio. No Amazonas, outro exemplo, predisse que não
> haveria 2o turno e houve. Depois justificou exatamente da mesma forma que eu
> estou usando acima. Se eles podem, porque eu não posso?
>
> --
> André Cavalcante
> Porto Alegre, RS.
> Ubuntu User number # 24370
>
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