[Ubuntu-BR] A verdade sobre o Ubuntu

José Geraldo Gouvêa jggouvea em gmail.com
Sábado Julho 22 17:55:24 UTC 2006


Em Sexta 21 Julho 2006 22:30, Ari Caldeira escreveu:
> Vou colocar meu dedo nesse angú também :-)
>
> Não sei se cabe bem no assunto, mas vamos lá.
>
> Durante 3 dias, de domingo dia 16/07/2006 a terça-feira dia 18/07/2006 fui
> o responsável pelo acesso público a internete durante o 41º Congresso
> Brasileiro de Esperanto.
>
> Nossa solução usou um servidor com a seguinte configuração:
> AMD 64 3200+
> 1GB RAM
> 80GB HD SATA
>
> 6 terminais Celeron 300 com 96MB RAM, sem HD
>
> Instalamos o Kubuntu com LTSP, em modo 32 bits mesmo, por causa dos
> benditos plugins multimídia. Utilizamos o Kiosk para limitar o quê os
> usuários dos terminais poderiam fazer.
>
> O resultado foi que a maioria, mas assim, dos mais de 200 usuários
> atendidos, pra mim, só 3 perguntaram porque nós não usamos Windows, e 1
> perguntou da pasta Meus Documentos.
...
>
> Essa minha experiência mostra que os usuários não são tão burros que não
> sejam capazes de usar outra coisa que não seja Windows, é só mais cômodo
> mesmo, já vem instalado do muamb... da loja, eles não precisam fazer nada.
>
> E que também há recursos normalmente inexplorados, como o lance de poder
> configurar o idioma da interface à vontade. Ponto pro Software Livre!
>

Meus 2c:

1 - Você teve a sorte de lidar com um  público seleto: esperantistas são 
exatamente o tipo de gente aberta a novas idéias e que não buscam fazer 
escolhas baseadas em popularidade. Pessoas "normais" (ou seja, as que são 
como  a maioria) não pensariam em aprender outra língua que não o inglês e 
rejeitariam o esperanto porque é feio. Eu por exemplo....

2 - Há uma diferença entre usar um computador alheio e usar o próprio 
computador. No banco em que eu trabalho, ainda sou forçado  a usar OS/2. Ele 
é horrível e eu detesto, mas eu uso sem ficar grunhindo porque o banco não 
vai instalar outra coisa só porque EU não gosto. Isto se chama realismo. Os 
usuários que ficassem reclamando, achando que VOCê tinha que instalar o 
sistema X ou Y para eles porque ELES não estavam gostando seriam uns 
tremendos pés-no-saco. As pessoas não pensam assim: somente adolescentes 
birrentos fazem esse tipo de reclamação. Mas duvido que uma porcentagem 
apreciável dos esperantistas vai mudar para Linux só porque seu projeto "deu 
certo". Há uma diferença muito grande em saber que existe uma alternativa 
e "mexer o traseiro" para adotá-la. Eu sei que legumes são bons para mim, mas 
ainda continuo, aos trinta e três anos, me recusando a comê-los o máximo que 
posso porque não gosto deles.

Fora isso, parabéns pelo seu trabalho. Documente tudo pois, com certeza, 
alguém, em algum lugar precisará de know-how como esse. Não leve a mal o que 
disse acima, só estou bancando o advogado do diabo....




-- 
José Geraldo Gouvêa




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